terça-feira, 15 de setembro de 2009

ENTREVISTA WATAIN



Darren Cowan do site Blistering.com entrevistou o vocalista do WATAIN, Erik Danielsson, que passou um pouco da visão que tem sobre Black Metal.

Blistering.com: Os planos que (os ex-membros do MAYHEM) Dead e Euronymous começaram morreram com eles, e ninguém levou as idéias adiante. O GORGOROTH é um exemplo de banda que pode ter carregado a tocha. Eles sempre fizeram shows extremos, mas não há muitas bandas que continuaram com a insanidade que eles tinham.

Danielsson: “Na época em que aconteceu, o MAYHEM fez exatamente o que devia ter feito. Eles prepararam o solo perfeito para as gerações futuras, mas então algo errado aconteceu. Na verdade eu não concordo que uma banda como o GORGOROTH está continuando o que o MAYHEM fez, porque eles são o exemplo perfeito de uma banda que usa toda a estética, todas as palavras corretas e todas as coisas tradicionais, mas sem algo por trás disso. Gaahl afirmou em entrevistas que ele não tem ligação com as crenças de Euronymous. Apenas escute o que ele diz: ele é um Odinista; ele é um pagão que mora nas florestas. Tudo bem por mim, mas eles não são páreo na competição. Eles não são de forma alguma uma banda que levará o black metal adiante. E foi isso que o MAYHEM fez. Eles foram revolucionários. Eles tinham idéias reais. O que eles fizeram na época foi completamente inovador. Isso é o que temos precisado o tempo todo. Essa é a essência da arte em geral. Sem isso algo fica estagnado e morre, especialmente quando falamos de energias intensas. Você deve sempre seguir em frente e olhar para todas as direções para se aprofundar cada vez mais”.


Blistering.com: Você acha que há muita mímica no black metal? Você acha que eles estão apenas seguindo o roteiro e não indo adiante?

Danielsson: “Sim, isso é exatamente o que aconteceu. Não é uma grande surpresa para mim. Se você quer inovar em algo sinistro como o black metal – se você quer se corresponder com as energias sombrias que existem além desse mundo, você não pode ter um mero interesse pelo black metal. Uma paixão por um gênero de música não é suficiente para mudar o rumo da história musical ou da história mundial. Não me estranha que não haja mais bandas como nós, porque indivíduos desse tipo são muito raros. Se você tem uma fonte de energia extrema fluindo dentro de si, ou você acaba na prisão, compatilhando um cargo alto com um político, ou você faz o que nós fazemos. A esse respeito, eu sou muito cuidadoso em colocar o WATAIN no mesmo gênero que a maioria das bandas que tocam black metal. Há uma diferença óbvia entre nós e o GORGOROTH. Pode haver similaridades na superfície, mas há um abismo entre nós. Além disso, há outras comparações mais óbvias entre nós e bandas como o DARK FUNERAL. Há uma grande diferença entre o que eles estão fazendo e o que nós estamos fazendo. Se você olhar um pouco mais a fundo, verá que não somos muito parecidos”.

Blistering.com: Anteriormente você falou sobre a idéia de individualismo. Não ser individualista parece contrário à idéia de black metal ou Satanismo. Vendo por esse ângulo, você acha que o individualismo e o seu entendimento de Satã é o que torna sua música o que ela é?

Danielsson: “Sim. Coloquemos dessa maneira: se eu nunca tivesse tido ligação com o black metal, eu poderia ter nascido em uma pequena vila sul-americana sem ligação com isso que eu ainda estaria fazendo música sinistra. A faísca que coloca minha capacidade artística em manifestação – a faísca que me ajuda a entender o que devo fazer aqui, esse é o individualismo sobre o qual você está falando, e é exatamente isso que é necessário! Eu acho que a maioria das bandas, de qualquer gênero, não são criadas de tal faísca. Eles só querem fazer parte de algo ou ter algum tipo de reconhecimento, o que para mim, como artista, é ultrajante. Para mim, é repugnante que as pessoas queiram pegar uma guitarra e tocar algo divino como o black metal sem ter visão. É apenas lixo! Eu nunca pegaria uma guitarra seriamente se não houvesse um fogo em meu coração me dizendo para fazer isto. As pessoas não são individualistas o suficiente para fazer parte disso, e é isso que você vê quando abre uma revista de metal. Cadê o fogo?

Blistering.com: A julgar por sua afirmação anterior classificando “Sworn to the Dark” como um disco monumental, parece que você realmente adquiriu essa energia intensa que discutimos. Tendo isso em mente, como você planeja superar ou ir além de “Sworn to the Dark”?

Danielsson: “Bem, como eu disse, nós estamos nos tormentos finais de nossa turnê, e assim que terminarmos focaremos no material novo. Preferimos trabalhar assim porque se você começa a compor quando está em turnê, você não tem foco. Nós precisamos de nossa energia para crescer após excursionarmos. Não queremos nos apressar em criar algo, como a maioria das bandas faz. Nós realmente precisamos focar em fazê-lo perfeito. Eu não acho que qualquer artista consiga atingir sua obra-prima. Você pode sentir que está no caminho certo, pode ter orgulho do que fez, mas no momento em que estiver totalmente satisfeito não há mais o que fazer. Então, foda-se! Há exemplos perfeitos disso no black metal. O DISSECTION, por exemplo, que concretizou sua própria visão do que queria fazer e em seguida a banda acabou. Eu prefiro fazer isso a profanar o nome do WATAIN com algumas porcarias. No entanto, não tenho dúvida de que podemos, talvez não superar ‘Sworn to the Dark’ porque ele é uma entidade em si, mas há muitos caminhos a seguir daqui. Suas habilidades são ilimitadas. Você tem de ampliar sua aceitação. Você deve estar aberto para o que quer que venha voando na noite e queira falar contigo”.


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