Banda: Mysteriis
Album: Hellsurrection
Ano: 2012
Genero: Black Metal
Local: Rio de Janeiro
site: http://www.facebook.com/mysteriisofficial
Faixas:
01. Hellsurrection
02. Nazarene Shall Fall
03. Hall Hath No Limits
04. Ave Mysteriis II: The Second Coming
05. 66 Infernal Legions
06. Torment On The Tomb Of Christ
07. Vatican Decays
08. Heaven's Monotony
09. Temple Of Disease
10. Profecia (Outro)
Notas:
Está de volta ao círculo musical uma das mais interessantes bandas de Black Metal, Mysteriis.
Depois de ficar anos sem lançar material inédito (2004 foi o ano de lançamento
de ”Stigmati Diaboli – DCLXVI“, o último trabalho antes do retorno), a
banda retornou com um trabalho primoroso, que esbanja bom gosto em
termos de composição e execução.
O trabalho de guitarras de
Mantus é o brilho da obra ao meu ver. Se suas linhas de guitarra fossem
substituídos por Cellos e Violinos, com certeza seriam obras eruditas
fúnebres e belas. Esses traços podem ser vistos também no trabalho da
banda Vinterthron onde Mantus também atuou (mas não como guitarrista) e
na excelente banda Patria.
O
disco abre com uma já tradicional introdução sinfônica. A faixa
“Hellsurrection” se destaca como intro pela qualidade e limpidez na
gravação e pelo clima que prepara o ouvinte para “Nazarene Shall Fall“,
música que já mostra o poder do que está por vir. As letras expressam
acima de tudo o asco pelo cristianismo e pelas religiões em geral,
desprezando dogmas. Seguem também como poesias tensas e voltadas para um
universo obscuro como o criado por poetas como Augusto dos Anjos e
Charles Baudelaire. No entanto, as letras são mais diretas, com versos
tendendo a serem mais curtos, exatamente para que possam ser berrados
por Agares.
O retorno da blasfêmia não poderia ter sido feito de
maneira mais triunfal. As músicas do álbum compõem em si um conceito
fechado e o que se ouve ao logo de todo o trabalho é um quase Raw Black
Metal, sendo, os climas mais melódicos e o uso do teclado, os fatores
que fazem do som da banda uma leve mescla.
“66 Infernal Legions” agradará a fãs do antigo Cradle Of Filth por possuir um andamento mais lento, o que proporciona uma maior exploração de riffs melódicos e teclados.
A
levada, que parece estar no contra-tempo, de “Vatican Decays“,
misturada a riffs clássicos de Black Metal onde acordes abertos são
usados em meio aos riffs, fazem desta uma outra faixa de destaque de
“Hellsurrection“.
Os vocais encaixam perfeitamente nas músicas, tanto em interpretação quanto em termos de timbre e tempo. Agares também está de parabéns.
O
ponto negativo do trabalho, ao meu ver, foi a faixa que fecha o álbum.
“Profecia” é a única que possui letras em português em todo o disco. É
na verdade uma faixa de fechadura (outro) de álbum, não apresentando um
estrutura musical normal. Como uma declamação, as letras são apenas
urradas sobre uma cama de melodias fúnebres. O problema para mim está na
forma direta demais de hostilidade usada na letra. Nada que comprometa o trabalho.